Em 2011 a celebração da missa aconteceu antes da procissão e o trajeto foi invertido, saindo da Igreja São José em direção a Matriz
Com algumas mudanças em relação à forma adotada na data em outros anos, aconteceram durante a quinta-feira, dia 23, as celebrações de Corpus Christi.
As principais novidades apresentadas pela paróquia foram a realização de uma segunda celebração eucarística, às 8 horas da manhã na Igreja São José Operário, além da inversão da ordem entre a tradicional procissão e a missa que, em anos anteriores, finalizava o evento. Nesse ano, a celebração teve início com a missa, também celebrada na São José, seguindo somente depois disso com a procissão pelas principais ruas da cidade até que chegasse a Igreja Matriz do Senhor Menino Deus.
Os fieis aprovaram a nova forma adotada. Prova disso foi algumas manifestações públicas de apoio, a exemplo de carta enviada à Rádio Brotas, no dia seguinte, parabenizando a organização pelas alterações.
Como em todos os anos, um enorme tapete foi confeccionado entre as duas igrejas com o apoio de escolas, pastorais e voluntários que colaboraram com a ornamentação. Materiais como serragem colorida, TNT, borra de café, areia, flores e folhas foram utilizados para retratar as imagens e temas religiosos na celebração que festeja o Corpo de Cristo nesta que foi a data adotada pela Igreja Católica para comemorar a presença real de Cristo no sacramento da Eucaristia, pela mudança da substância do pão e do vinho, que representam seu corpo e sangue.
Como explica o pároco Evandro Luís Braun, a Igreja declara que a hóstia torna-se literalmente a carne e sangue de Jesus, o que caracteriza a importância da data. “Jesus vivo, realmente presente na Igreja, atrai todos nós a si. É o que se verifica na Festa de Corpus Christi, quando um grande número de fiéis se reúne para celebrar a Eucaristia, caminhar com Jesus Eucarístico pelas ruas da cidade e receber a benção do Santíssimo. A procissão quer fazer com que a fé no Deus que, encarnando-se, se fez nosso companheiro de viagem, seja proclamada em todo lugar e de modo especial em nossas ruas e entre nossas casas, como expressão do nosso grato amor e fonte de benção”, disse.
Participação
Todos os anos a dona de casa Luciana Domingues, 40 anos, participa da celebração de Corpus Christi. “Eu acho que é a celebração mais bonita da igreja católica. As ruas enfeitadas são muito bonitas e o pessoal que confecciona os tapetes tem muita criatividade e sempre estão inovando. Até o momento ainda não tive a oportunidade de ajudar na confecção dos tapetes, mas tenho vontade, pois é também uma chance de interagir com várias comunidades nessa que é uma celebração que retrata a importância de mantermos o Cristo vivo dentro de todos nós”, relata.
Outro exemplo de presença constante nas celebrações é a dona de casa Rosemery Pedroso, de 41 anos. “Nunca deixo de participar, acompanho a procissão até o final e participo da celebração. Tudo é muito bonito e os tapetes são muito bem feitos, nem parece que são feitos à mão, principalmente os de serragem”, disse a dona de casa.
História
A solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo tem sua origem no século XII, quando se viu a necessidade de realçar a presença real do “Cristo todo” no pão consagrado. Foi instituída oficialmente para toda a Igreja pelo papa Urbano IV com a Bula “Transituros”, de 11 de agosto de 1264. Quando bispo de Liége, na Bélgica foi ele quem recebeu o segredo das visões da irmã agostiniana Juliana, hoje santa, que exigia uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico.
Mas a festa tomou seu caráter definitivo universal somente em 1313, quando o Papa Clemente V confirmou a Bula de Urbano IV, tornando a Festa da Eucaristia um dever mundial. Em 1317 o papa João XXII insistiu sobre o dever de levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas. O Concílio de Trento (1545-1563) fortaleceu a Festa de Corpus Christi como ação de graças pelo dom supremo da Eucaristia e como manifestação pública da fé na presença real de Cristo na Eucaristia.
No Brasil, a festa é uma das mais tradicionais. Chegou aqui com os portugueses que iniciaram o costume de fazer o tapete pelas ruas, o que acontece até os dias de hoje.
Com a celebração de Corpus Christi, se expressa a gratidão a Deus pelo tão precioso dom de sua presença em nosso meio na Eucaristia.
