Dez anos sem Padre Cleimar
Missa foi celebrada no dia 16 na capela da Lagoa São José em lembrança a memória do padre. No bairro reside a maior parte de seus parentes.
No sábado (16) completaram-se dez anos da morte de Padre Cleimar Pedro Fassini, que colocou Piraí do Sul no centro das atenções no Brasil à época. O motivo foi uma inusitada decisão da Igreja Católica, a segunda no mundo e a primeira no Brasil, em autorizar a ordenação de um sacerdote antes mesmo que houvesse a conclusão dos estudos exigidos. Em março de 2001, na Igreja São José Operário, ocorria a cerimônia onde o então Bispo da diocese de Ponta Grossa, dom João Braz de Aviz, tornou-o padre.
Além de ter entrado para a história da Igreja Católica ao receber a autorização antecipada, Padre Cleimar deixou importante legado que, mesmo uma década depois de seu falecimento, ainda emociona familiares e amigos. “Aprendi com ele o que realmente é ter fé. Viver ao seu lado foi como uma preparação para os sofrimentos que eu viveria depois”, afirma a madrinha do padre, Alexandrina Nalepa Jarek
Ainda no seminário, Cleimar descobriu que sofria de um câncer no estômago, doença que lhe tiraria a vida em pouco tempo. Mesmo com a notícia, manifestou seu desejo de se tornar padre, o que levou a diocese de Ponta Grossa a interceder em seu favor junto ao Vaticano. A autorização especial foi concedida diretamente pelo Papa João Paulo II.
Apesar de bastante debilitado, a doença não foi motivo de desânimos ou tristeza. Pelo contrário, Padre Cleimar via na sua desconfortável situação uma forma de manifestação de sua fé. “Deus me mostra ser instrumento dele através do sofrimento”, dizia, sem nunca ter reclamado das cada vez mais fortes dores que o afligiram durante os quatro meses em que foi padre.
Alexandrina lembra ainda que Cleimar era fervoroso devoto de Maria, sob o título de Nossa Senhora do Carmo, cuja comemoração ocorre na mesma data de sua morte. “Um dia antes de ele morrer ainda comentei com o médico que ele não iria enquanto não fosse dia de Nossa Senhora do Carmo”. E foi assim que ocorreu. Nos primeiros minutos do dia 16 de julho de 2011, morria Padre Cleimar.
O sentimento de aceitação do sofrimento o levava a não gostar que as pessoas próximas ficassem tristes com sua situação. “Certa vez ele me viu abatido perto da cama e me disse: desse jeito não quero, eu já estou preparado para tudo”, conta seu pai Lari Pedro Fassini, 65 anos.
Padre Cleimar também foi exemplo de amor ao sacerdócio e ainda contribui com seu testemunho, principalmente para os religiosos dos Irmãos Cavannis, do qual fazia parte. “Ele foi o fruto das muitas vocações. Depois do sofrimento dele tivemos muitas ordenações”, conta o padre João da Costa Holanda, de Belo Horizonte, reitor do seminário na época em que Cleimar ingressou na congregação, que celebrou a missa em Piraí do Sul pelos dez anos do seu falecimento.
Em uma década, ainda se cultiva a memória de Padre Cleimar, que não se deixava tomar pela tristeza mesmo nos momentos de insuportável sofrimento. “A doença não impede o ser humano de ser feliz”, lembrava. Ficou também as lembranças daquele que soube dar exemplo de total entrega aos planos divinos. “O meu sacerdócio me traz alegria, porque foi do jeito que o Pai quis”, afirmava.
Ganhei a revista da Charitas cavanis de meu enteado que é vocacionado,onde vi a reportagem que que o Pe. Giuseppe Viani escreveu, a principio dei uma olhada mais não me demorei, li apenas o titulo da homenagem, mais algo me tocou e voltei, comecei a ler e logo vi que ali tinha um grande exemplo de fé, que no momento pra mim foi muito importante, pois, a minha esta um tanto quanto fraca, não por grandes problemas, mais por um cansaço que confesso não sei qual razão me acomete, e vendo a história de vida do Pa. Cleimar, fez-me ver que tão jovem teria tanto em desanimar e não se deixou abater e ainda deu testemunho de fé mesmo depois de tantos anos de falecido. Padre Cleimar, rogai por mim e por minha fé! Obrigado Senhor por ter me dado um exemplo de fé na pessoa do Pa. Cleimar.
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